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História da Índia através da arte (parte 03)




Continuando nossa viagem pela Índia, nos ateremos às pinturas Mughal, especialmente as dedicadas a retratar Jalaluddin Muhammad Akbar (1542–1605), também conhecido como Akbar o Grande, um imperador Mongol que governou a Índia entre 1556-1605. 

Akbar foi proclamado imperador sob circunstâncias obscuras. Deli e Agra estavam ameaçadas por Hemu, o general hindu do governante de Sur, Adil Shah, e os governantes Mogóis eram levados de todas as partes do Norte da Índia. A posse de Akbar de uma fração do Punjab - o único território em seu poder - era precária e disputada por Sikandar Sur. Existia também deslealdade entre os seguidores de Akbar.

Ele era descendente de Tamerlão, neto de Babar e filho de Humaiure. Nasceu em 1542 e faleceu em 1605. Em 1556, ainda menor, sucedeu a seu pai e teve como regente o turco Bairan Cão, de quem se libertou depois, iniciando o seu governo pessoal. Transformou o seu Estado num vasto império de numerosos territórios conquistados, entre os quais Punjab, Guzarate, Bengala, Caxemira e Decão.



Dado que no seu território existiam várias religiões que se confrontavam (bramanismo, budismo, zoroastrismo, islamismo e cristianismo), tentou criar uma nova religião oficial, continuando, no entanto, a respeitar todas as outras. A nova religião, com influências do Sufismo, denominou-se Tawhíd Allahi



Segunda alguns historiadores, teve as melhores relações com os portugueses de Goa, especialmente com a comunidade jesuíta. Os Jesuítas tentaram converter o imperador, mas as suas tentativas foram infrutíferas; porém, fundaram núcleos cristãos no interior da Índia. Akbar, como reconhecimento do valor dos jesuítas, atribui-lhes feitorias comerciais para eles se estabelecerem e fixarem. Designou o Padre Monserrate preceptor do seu filho preferido, Murad, e incumbiu-o de descrever em latim a história das missões católicas na Índia. 



A história do reinado de Akbar foi redigida pelo seu ministro e conselheiro Abulfazel Alame. Quando morreu foi sepultado na região de Agra, onde lhe erigiriam um belo monumento funerário.

 O jovem Akbar, representado em figura feita por volta de 1557 d.C..

 Akbar e seu leão de estimação.


A pintura Akbar e o elefante Hawa'i faz parte do livro Akbarnama (Livro de Akbar), que contém 116 miniaturas de diversos artistas. O livro foi encomendado pelo imperador Akbar como a crônica oficial do seu reinado. Foi escrito por Abu'l Fazl entre 1590 e 1596 e as pinturas desta primeira cópia real existem apenas de forma parcial. 

Após a morte do imperador em 1605, o manuscrito permaneceu na biblioteca de seu filho, Jahangir (1605-1627). Foi adquirido pelo Museu Victoria and Albert Museum, do Reino Unido em 1896, da Sra. Frances Clarke, viúva do Major General John Clarke, que o comprou na Índia (baixe uma cópia em manuscrito completa que foi feito por um copista desconhecido no século XIX, clique aqui).

Neste episódio mostrado na imagem, em especial, são celebrados o domínio e a coragem de Akbar. O imperador monta um elefante feroz que persegue outro elefante. Eles arremetem sobre uma ponte flutuante para o Forte de Agra, no norte indiano. Todos ao redor, figuras animadas e vestidas com cores vivas são representados lutando para controlar seus barcos ou alcançar segurança.

A pintura mostra a influência da ilustração de manuscritos sefévidas persas (dominadores do império árabe, assim como os xiitas) na arte indiana durante a dinastia mogol. No entanto, a maneira realista como as figuras são modeladas, bem como o seu senso de perspectiva - que se percebe no forte ao fundo, também sugerem a influência da arte norte-européia.


Na imagem, vemos que, tendo falhado na tentativa de tomada por assalto direto da grande fortaleza de Chitor, Akbar decide usar minas. A pintura pertencente à obra Akbarnama, desenhada por Miskina e detalhes pintados por Bhurah (séc. XVI). A criação de fortalezas nas cidades andaluzes respondia a necessidade de defender-se e dominar o interior das cidades mais do que defender-se do exterior.

Elefantes do exército de Akbar adornados com jóias.

A História da Ásia Antiga
 Meredith MacArdle
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* Descrições traduzidas de alguns livros e textos em inglês e espanhol que constam na internet, de onde também provém as imagens:

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