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História do Oriente Médio através da arte (parte 01)



A história do Oriente Médio por si só é riquíssima, embora pouco estudada seriamente. Nesse post veremos alguns exemplos da riqueza artística da região. 
Voltemos agora os nossos olhos para cenas do Oriente Médio. Nosso olhar ocidental por vezes nos trai, dizendo que por lá não há vida, não há atividade criativa, tudo morre em meio a disparos e ataques suicidas. O que temos a seguir é uma pequena mostra da riqueza histórica através da arte, ainda que esta tenha por vezes a mão do "cristão invasor".

E é com um estrangeiro que começamos. O nome dele é Melchior Lorck ou Lorichs (1527 a 1590, aproximadamente). É considerado o mais brilhante artista gráfico do século XVI na Dinamarca. Ele nasceu em Flensburg, de pais nobres. 

Em 1549, o Rei Cristiano III forneceu suporte financeiro a Lorck para prosseguir em uma jornada educacional. Sua paixão por viagens o moveu pela Europa e, por fim, a Viena, onde ele conseguiu emprego com o Imperador Carlos VDe 1555 a 1559, Lorck foi um dos três embaixadores enviados pelo imperador à Constantinopla (atualmente, Istambul), que na época era a capital do Império Otomano um Estado turco que existiu entre 1299 e 1922.

Ali Lorck esteve no século XVI, onde fez uma série de desenhos que foram usados como modelos para xilogravuras, que, vários anos após sua morte, resultaram em um livro. Os momentos retratados por ele nos fazem visualizar, ainda que com olhar ocidental e com os vícios que lhe são próprios, figuras que compõe o Império Otomano, capturando tanto o lado civil quanto o militar, com soldados, prédios e pessoas com vestimentas exóticas aos olhos europeus. As imagens fizeram sua fama por toda a Europa. 

Através delas pode-se perceber uma riqueza cultural ímpar, em um contexto extremamente complexo, afinal, o Império Turco, como também é conhecido, incluía etnias diversas, ainda que algumas fossem unidas por elementos comuns, como o caso da religião Muçulmana. Para que se tenha uma ideia, no seu auge o Império compreendeu, além do Oriente Médio, parte do norte de África, a Anatólia e parte do sudeste europeu. 

Já no século XX, dele resultaria, sobretudo após a Primeira Guerra Mundial e seus efeitos tardios, uma miríade de países árabes ou não que estão envolvidos em conflitos infindáveis que fazem manchetes nos jornais dos nossos tempos. 

Das imagens de Melchior Lorck seguem algumas que selecionamos, com as devidas descrições.

Um soldado turco
(1582)


Xilogravura com figura de corpo inteiro, em perfil; empunhando uma lança na mão direita e um escudo na mão esquerda, ele usa um turbante decorado com penas longas, mostrando ainda uma torre em ruínas no fundo à direita. 
  
Suleiman, o Magnífico
(1559)


Mostrado na gravura está o sultão Suleiman, o Magnífico, também conhecido como Solimão I, Sua Majestade Grande Sultão Imperial, Comandante dos Fiéis e Sucessor do Profeta do Senhor do Universo, entre outros títulos, foi o décimo sultão do Império Otomano e o de mais longo reinado, que iniciou em 1520 até sua morte em 1566. 

Um governador (Beglerbeg)
(1576)


Esta xilogravura mostra um governador turco a cavalo, de perfil, vestindo um longo manto e turbante.

O tocador de timbal
(1576)


Esta xilogravura mostra um tocador de timbal montado em um camelo, com sela e rédea ornamentadas, com sinos estão pendurados.

Um cemitério
(1576)


Esta imagem mostra várias lápides e monumentos, com um turbante colocado em uma coluna no primeiro plano.




<< A CHINA >>

Imagem do topo: Mesquita de Suleiman, Constantinopla, 1570 (1626). Para os cristãos a mesma trata-se da Basílica de Santa Sofia.

** Nesta postagem constamos com imagens encontradas em sua maioria no site do The British Museum (Coleção Melchior Lorck), com exceção da imagem da Mesquita de Suleiman, encontrada no Wikipedia

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