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Tudo é política (e o cidadão é fundamental para a construção do passado)



O homem é um Ser, uma presença que constrói e reconhece sua história. E essa história é efetivamente construída nos espaços ocupados, nos sentidos e razões dados pela passagem dessa presença humana.

Assim, o homem em sua relação com o tempo, planeja suas condições de vida, e em tais planejamentos busca sempre melhorar seu futuro e assegurar as conquistas passadas.  Porém, tal homem como indivíduo é sempre finito e nesta condição de SER FINITO exerce um poder contido em suas ações, que tem efeitos além de sua própria existência, O PODER POLÍTICO.

Quando se fala sobre política, é comum observar uma reação desfavorável ao tema, demonstrando um desagrado, uma indiferença como se a política fosse algo distante, que não faz parte da realidade e das experiências diárias.

A indiferença política tira a presença do cidadão na cidade e esta ausência condena tal cidade a ser um corpo sem espírito, pois o cidadão dota a cidade de vida e de sentido.  A cidade não tem o cidadão como objetivo, mas o cidadão sim, deve sempre ter objetivos claros para a cidade que habita. E, assim sendo, devemos concluir que o cidadão e sua cidadania fazem e constroem a cidade, não o contrário disso. Veja-se aí a suma importância de uma consciência política, uma autoconsciência de sua condição de indivíduos na passagem pelo espaço em que habitam.

O presente é algo que escapa ao homem, o futuro é algo indefinido; já o passado, será o que de fato teremos que conviver, o que deixaremos como legado. Então, como cidadãos, deveremos pensar em que tipo de passado deixaremos escrito quando a história registrar o tempo por nós vivido.

A política é algo importante nesse sentido, pois ela estará em todas as relações sociais, em todos os níveis, sendo ela, a reguladora da vida social, pois a sociedade em que vive o homem é fruto de exercícios políticos. Não existe para o homem inserido na sociedade a falta de política. Existem políticas corretas e éticas, políticas corrompidas e alienadoras, que por consequência geram indiferença. Mas o ponto em questão é que sempre existirão políticas envolvidas nas questões sociais, sendo assim, tudo é política!

A evolução do homem e sua organização em forma de civilização, entre outras coisas, é fundamentalmente uma evolução das articulações e das organizações políticas. E estas permitiram muitas conquistas e avanços nas coisas que nos representam como indivíduos sociais.

“O homem é um animal social” (Aristóteles)

A política é o veículo para existência do homem em suas cidades, em seus espaços, para que este não seja ignorado e para que a vida exista de forma a promover justiça, ordem e progresso. Calando o cidadão ou estando indiferente, este pratica uma política de degradação, uma política de diminuição do papel da cidadania e em tal modo, não tarda a insatisfação e a não conformidade de direitos.

Política é, antes de qualquer coisa, uma questão de dever do único sujeito para com o todo social. O sentido e razão da presença deste sujeito, que é um, ante ao todo que é a sociedade em que se vive.

A política do cidadão é a política que está fora das esferas partidárias, mas que tem em seu exercício aquilo que definirá e diferenciará a verdadeira racionalidade dos falsos estados de alguém que somente existe condenado ao senso comum.

O homem é definido por sua racionalidade e tal racionalidade tem na política uma de suas mais fortes expressões de poder. Política constrói!

Portanto, quando a história for registrada e tal história for contada, o que contará tal passado a respeito de você cidadão?

Qual passado foi construído por ti como presença no mundo em seu tempo?  Parte da resposta estará demarcada no campo político, nas formas das decisões tomadas como indivíduo participante de sua sociedade ou como sujeito alienado de sua presença.
Eis aí, tal importância. Eis aí o sentido todo da política.

"O estudo do bem pertence à política, que é a primeira das ciências práticas" (Aristóteles, 384/322, filósofo grego, em Ética a Nicômaco)



Robson A. Silva, filósofo e professor da rede estadual de Santa Catarina.

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