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Lá vem o Chaves!





Estou há tempos pensando em falar sobre Chespirito: especialmente sobre o seriado Chaves. Parece coisa de criança e sem sentido para um blog de História... e deve ser mesmo. Mas será que é só isso? Ele (e cia) sem dúvida é um fenômeno social da chamada mass media do século XX! 

Pensava eu se haveria algum propósito em uma postagem como essa e, quando falava com um amigo esses dias ele me disse "e quem não gosta de Chaves?". Eis uma resposta prévia; afinal, tanta gente já viu e outras tantas (como eu) ainda veem Chaves. É um dos (senão o) seriados de língua espanhola mais vistos no mundo, desde que começou a ser exibido em 1971! Já tem dublagens em idiomas dos mais mais diferentes dos nossos, incluindo coreano e em alguns dialetos indianos.


No Brasil, Silvio Santos logo viu o que o mesmo poderia lhe render, como já rendia em outros lugares, e em 1984 começou a exibir o seriado no SBT. Até hoje é um dos programas diários mais vistos da emissora. Há quem diga que o lendário apresentador ganha parte considerável de seu pão com presunto do que vem do icônico menino pobre do México - ao menos até que Chaves o veja e coma tudo. 

À parte os exageros, já houve quem relacionasse os personagens do Chaves aos temas presentes nas conversas de História e Sociologia. Chaves seria o menino pobre, órfão, renegado pela sociedade, que mora em apartamento cedido pelo agente imobiliário da vila, o Seu Barriga, que lhe deixa morar no 8. Isso mesmo, para quem não sabe ainda, Chaves nunca morou no barril, ali sendo uma espécie de área de lazer e esconderijo em tempos nebulosos; aliás, Chaves nem mesmo é nome de verdade também, pois vem de Chavo (menino em espanhol). Já o Quico e consequentemente a Dona Florinda, sua mãe, seriam os representantes da Classe Média mexicana, que se deleitam e ostentam (palavra tão na moda por essas bandas hoje em dia com os funkeiros "ostentação"); seu Madruga e Chiquinha parecem estar numa intermediária, ele não trabalha "por opção" e ela vive às custas do pai, ou do que sobra de seus biscates. O Professor Girafales, esse sim é um "coitado", um sofredor, afinal é professor (risos).



Os personagens são icônicos, como Quico, Chiquinha e Seu Madruga. Os demais são essenciais também, mas como esses três, somados ao Chavinho, é difícil superar. Isso ajuda a explicar (mais não resolve tudo) a intriga enigmática entre os atores do seriado, que aliás, levou ao seu lento fim na década de 1980. 


Tudo isso é muito curioso por envolver interesses econômicos dos atores, questões de direito de imagem e outras coisas mais, especialmente os de seu idealizador, Roberto Gomes Bolaños (o Chespirito) e sua Florinda Meza (a Dona Florinda do seriado), que à parte os conflitos gerados na vida pessoal, tem uma produção artística sem dúvida memorável, que inclui ainda o também icônico Chapolin Colorado, o personagem Chespirito e tantos outros. 

Por isso devemos separar o homem de sua obra e o que nos sobra ainda rende muitas risadas.



* Nesta postagem foram utilizadas imagens de divulgação, cujos direitos me são desconhecidos. Caso haja algum a declarar, basta entrar em contato.


** Originalmente postado em 25/jul/2014.

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2 Comentários

  1. Muito bom o artigo, seriado que ainda vive em nossas mentes através de varias gerações, é uma pena que hoje em dia os seriados e programação que passam na tv são muitos fracos comparado ao " Chaves" que marcou a infância de varias pessoas. Parabéns!

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    1. Pois é, temos que ter esperança, mas a coisa não anda muito bem nesse sentido. Algo parecido acontece com a música.

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